
Não ponho em causa a veracidade ou não das nossas frases “preferidas”, até porque aquilo em que acreditamos é absolutamente real para nós, ainda não o seja para os outros. O que lhe pergunto é, onde aprendeu essa frase? Ou esse medo? Ou essa forma de amar?
Vem de si? Da sua consciência sobre o mundo? Daquilo em que, após pensado e posto em causa, é escolhido como regra para viver? Ou, pura e simplesmente habita aí, como uma verdade absoluta, ainda que não seja a sua verdade?
Todas nós exibimos (bastante inconscientemente) padrões de comportamento. Estes são uma espécie de respostas e reacções automáticas que temos às diferentes situações e pessoas das nossas vidas A forma como aprendemos amor, é a forma como a vamos procurar. Às vezes, para alguns de nós, amor não foi sinónimo de cuidado, nutrição, protecção, carinho. Às vezes, o adulto que cuidou de nós estava demasiado assustado, demasiado cansado, demasiado infeliz para saber dar mais, ou melhor.
Mas aprendemos todas essas “regras de vida”, que nos foram passadas, muitas vezes imperceptivelmente, pelos adultos da nossa vida. Pais, professores, ou outras figuras. E seguimos com elas vida fora, procurando amor da forma como nos foi dado, tendo medo da vida se nos foi dito para o fazer, sendo infeliz porque “é assim a vida”.
Feliz ou infeliz, difícil ou não, compete-nos a nós, responsabilizarmo-nos, acima de tudo, por quem queremos ser, pela forma como queremos viver, pelas regras que queremos seguir. E olhar de frente para estes padrões com os quais vivemos, perguntando-nos se os queremos para nós.
Atraímos para nós aquilo em que acreditamos. Em que queremos acreditar?